quarta-feira, 9 de junho de 2010
A repressão em Santa Catarina
quarta-feira, 26 de maio de 2010
EXCESSOS
domingo, 25 de abril de 2010
A PRESSA QUE MATA
quinta-feira, 15 de abril de 2010
DO QUE É DO HUMANO - LIVRO DE JÉFERSON DANTAS
quinta-feira, 1 de abril de 2010
O amarelo do tempo
quinta-feira, 4 de março de 2010
A CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Neoconservadorismo e consenso educacional
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Tantas palavras...
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Os limites de Copenhague
sábado, 19 de dezembro de 2009
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Livro de Jéferson Dantas na vitrine virtual AGbooks
DO QUE É DO HUMANO
Por: Jéferson Dantas
Autor: Jéferson Dantas
Tema: Literatura Nacional, Ficção, Poesia
Palavras-chave: existencialismo, ficção, modernidade, poética, prosa
Peso: 80 gramas
Edição: 1 ( 2009 )
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
ASSIM
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
ÉGAB
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Alheio
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Três
segunda-feira, 13 de julho de 2009
DOIS
UM
quarta-feira, 1 de julho de 2009
HOMENAGEM A UM GRANDE INTELECTUAL
Por Jéferson Dantas
O sociólogo Paulo Meksenas, de maneira precoce, deixou-nos no dia 22 de junho. Bacharel e Licenciado em C




Como todo intelectual engajado e erudito, Meksenas nunca fugiu dos litígios concernentes ao processo de formação de educadores, enfatizando a importância politizadora no território escolar e, fundamentalmente, a necessidade permanente da pesquisa e leitura na Educação Básica. Nesta direção, condenava o ‘senso comum pedagógico’ e políticas públicas educacionais voltadas a uma produtividade acadêmica muitas vezes estéril e pouco propositiva. Apesar de toda a sua erudição, nunca se esquivava das indagações aparentemente ingênuas provenientes de seus discípulos, além de apresentar uma postura democrática e não arrogante no convívio acadêmico. Numa de suas últimas aulas na disciplina de Epistemologia e Educação recebeu o carinho e o respeito de todos os seus alunos, que foram, praticamente, unânimes em afirmar que a sua conduta como educador era irreparável, mesmo quando os autores estudados (Marx, Weber, Comte, Merleau-Ponty, Foucault, Thompson, Agnes Heller, Bourdieu, Nietzsche, dentre outros) apresentavam diferentes níveis de apreensão teórica e metodológica. Em outras palavras, Meksenas ‘tornava fácil’ o que era, aparentemente, penoso, quando se trata de autores fundadores do pensamento humano.
O legado de Meksenas é inegável. Quando um intelectual de sua envergadura nos abandona de forma tão abrupta, sabemos o quanto a nossa responsabilidade como educadores-formadores e/ou intelectuais orgânicos se eleva. Contudo, há de se avaliar também o autocuidado que muitas vezes nós, educadores, deixamos em segundo plano, tendo em vista que o mergulho nos embates com os nossos pares e com as ações políticas enviesadas no campo educacional podem nos fragilizar organicamente e psiquicamente. Em tempos escassos de referências humanas íntegras, Meksenas nos ensinou, sobretudo, que lutar por uma condição humana melhor e por uma educação pública de qualidade é o princípio-mor de uma sociedade justa, solidária e igualitária.
CORAGEM PARA MUDANÇA!

Por Jéferson Dantas
A maneira cuidadosa ou mesmo eufemística de tratar o presidente do Senado, José Sarney, como ‘patriarca’ (melhor seria dizer ‘oligarca’) representa, em grande medida, a dificuldade que a mídia de massa tem em enfrentar lideranças políticas que se empoderaram à custa da ignorância pública e da corrupção estrutural que grassa este país. Amigo pessoal de Antônio Carlos Magalhães e abrigado em legendas partidárias conservadoras, Sarney tem tentado reeditar no Senado a velha prática clientelista e/ou patrimonialista herdada de nosso passado colonial. Eleito senador pelo Amapá, - numa evidente manobra política para continuar se perpetuando no poder - Sarney começa a vislumbrar o término de uma carreira política construída nos porões da ditadura e, ironicamente, prosseguida com o período de redemocratização do país (1985), quando legou de forma indireta a presidência da República com a morte de Tancredo Neves (membro da mesma chapa no Colégio Eleitoral).

Creio que, se pudéssemos medir os efeitos perversos e nocivos do custo social das oligarquias no Brasil ao longo de séculos, teríamos um quadro, efetivamente, devastador (e desanimador). Tais práticas calcadas no clientelismo, favoritismo e nepotismo, apresentam uma intimidade bastante tênue com o atraso social, representadas na deficiente prestação de serviços públicos essenciais. Não cabe, pois, defender quem sempre soube que cometia erros premeditados, crente na impunidade. A sensação é de que se tais ‘ranços’ forem extirpados das práticas políticas democráticas de cunho representativo e se houver possibilidades concretas de barganha originárias da sociedade civil, teremos outros níveis de entendimento democrático, que condenarão ‘atos secretos’, ‘compras de votos’, ‘alianças espúrias’ e ‘guerra declarada por cargos públicos’.
O inferno astral do presidente do Senado está apenas começando. Muitos outros parlamentares envolvidos e mancomunados com tais práticas terão de responder publicamente pelos seus atos. Aos poucos, o Brasil inicia o processo de prestação de contas com o seu passado, o que significa repensar o domínio permanente de determinados clãs políticos; a acessibilidade social dos historicamente excluídos; e, fundamentalmente, compreender as novas reconfigurações dos movimentos sociais, que poderão ser determinantes na reavaliação contra-hegemônica pautada numa agenda de ação coletiva plural e antissectária.
terça-feira, 9 de junho de 2009
JÉFERSON DANTAS ENCERRA TRILOGIA COM PUBLICAÇÃO NO CLUBE DE AUTORES
Do que é do humano
Non omnia possumus omnes

Autor: Jéferson Silveira Dantas
Descrição:
Prosa poética de caráter ficcional, profundamente associada aos dilemas existenciais da espécie humana (estertores, erotismo, falibilidade e suspensão).
Link do site: http://clubedeautores.com.br/book/2133--Do_que_e_do_humano
Preço de venda: R$ 26,75
Edição: 1ª (2009)
Número de páginas: 40
Tópicos: Literatura Nacional.
Palavras-chave: ficção, humanidade, prosa.
terça-feira, 2 de junho de 2009
JÉFERSON DANTAS LANÇA LIVRO NA FAED/UDESC

domingo, 31 de maio de 2009
O “x”, o “y” e o “z” da Educação

Por Jéferson Dantas
Em recente pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada no dia 17 de março pelo Ibope (apresentada no Editorial do Jornal A Notícia do dia 18 de Março), o principal problema da educação básica pública para 19% dos brasileiros é a desmotivação docente. Em segundo lugar a falta de segurança e a presença de drogas nas unidades de ensino; e em terceiro lugar o número insuficiente de escolas. A baixa qualidade de aprendizagem é apontada por 9% dos entrevistados como principal problema na educação brasileira. Estes números se diferenciam dependendo do estado federativo onde foram realizadas as pesquisas.
As questões apontadas acima revelam apenas a ponta do iceberg. Para os/as educadores de uma forma geral, a questão desmotivacional está em primeiro plano, assim como revelou a pesquisa encomendada para o Ibope. Logo, entendo ser fundamental que os/as docentes consigam sair do plano da cotidianidade e se elevar ao plano da reflexão, que nada mais é do que uma ação investigativa e filosófica em relação às suas condições de trabalho. Em nenhum instante, contudo, devemos minimizar o processo desmotivacional, assim como o adoecimento docente como algo dissociado da violência estrutural impingida pela lógica do capital. A despersonalização do trabalho docente tem efeitos ruinosos principalmente no que tange ao processo ensino-aprendizagem, fazendo com que muitas vezes os educadores atribuam aos próprios estudantes a culpa pelo insucesso escolar.
Ainda que entendamos a dimensão exaustiva e conflitiva do trabalho docente, os elementos aparentes deste ofício necessitam ser descortinados para que se construa uma formação continuada que ultrapasse a mera incisão imediata ou reativa diante de tais demandas estruturais. Pois como já nos ensinava o filósofo espanhol Adolfo Sánchez Vásquez: “a essência não se manifesta de maneira direta e imediata em sua aparência, e que a prática cotidiana – longe de mostrá-la de um modo transparente - não faz senão ocultá-la”.
Assim, as experiências docentes estão vinculadas à universalidade destas relações de trabalho, pois a violência escolar, o adoecimento docente, a indisciplina, elevada carga laboral, baixos salários, pouco tempo para planejamento, gestões escolares verticalizadas, ausência das famílias na composição do projeto político pedagógico, são questões litigiosas e reconhecidas pela classe docente como primordiais. Porém, as experiências particulares da classe docente são irrepetíveis e podem se constituir em projetos pedagógicos diferenciados que leve em conta a superação do que está determinado pelas políticas públicas oficiais ou por construções curriculares etnocêntricas e esvaziadas de conteúdo político.
EDUCAÇÃO À DERIVA

Por Jéferson Dantas
Agressões em sala de aula, crianças e jovens vítimas do bullying eletrônico; ameaças sistemáticas envolvendo diferentes grupos de jovens, identificados pelas suas opções musicais, roupas, adereços, cabelos e espaços sociais compartilhados. Há muito as escolas públicas, notadamente (mas não só), têm se tornado o local privilegiado do ‘acerto de contas’, que ocorrem à revelia dos/as que estão à frente do processo educacional. E isso tem acontecido, frequentemente, com adolescentes do sexo feminino, numa demonstração de força e sustentação de liderança até então mais visivelmente associado aos rapazes. Os motivos das agressões, muitas vezes, são fúteis e torpes, como o que ocorreu recentemente numa escola estadual de Joinville. No filme-documentário do diretor João Jardim (Pro dia nascer feliz, 2007), esta realidade está bastante patente nas escolas públicas de periferia, tendo em vista que estes/as jovens estão mergulhados em contextos estruturais de violência e impossíveis de serem atendidos pelos mecanismos (pífios) de inclusão social da escola.
Contudo, a relação quase esquizofrênica envolvendo escolas e o aparato tecnoburocrático educacional, demonstra a sua total ineficácia e o jogo do ‘empurra-empurra’ no que concerne à responsabilização das demandas trazidas por esta juventude cada vez mais indiferente à escola. As gerências educacionais maximizam dinâmicas de controle em relação à obediência do calendário escolar, interpretando unilateralmente leis educacionais e retirando a autonomia das unidades de ensino quando a questão é centralmente pedagógica; mas, quando as evidências são de cunho estrutural, o Estado culpabiliza as escolas, enfatizando que as mesmas têm ‘autonomia’ para solucionar os problemas associados à violência.
Ora, se fizermos um mapeamento minucioso nas escolas estaduais catarinenses, provavelmente encontraremos centenas de relatos de violência envolvendo estudantes contra estudantes, educadores contra estudantes e vice-versa; além disso, as mínimas condições de trabalho não são respeitadas (banheiros estragados e fechados, preparo da merenda escolar sem condições de higiene, falta de água potável, tetos prestes a desabar na cabeça de estudantes e educadores, inexistência de áreas de recreação, etc.). Enfim, uma arquitetura escolar que oprime mais do que educa.
A relação ‘autista’ que as escolas têm com o aparato tecnoburocrático educacional produz, em última instância, o não diálogo e culpabilizações recíprocas que não equacionam questões emergentes, fazendo com que a Educação fique cada vez mais à deriva.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
DOCUMENTÁRIO MACIÇO
quinta-feira, 12 de março de 2009
Excomunhão e contradição
Por Jéferson Dantas
No estado de Pernambuco, uma menina de 9 anos foi violentada sexualmente pelo padrasto e engravidou de gêmeos. Em tal situação (estupro), levando-se em conta a idade da menina e para não colocar em risco a vida da mãe, o aborto é uma ação legalmente aceita no Brasil. Todavia, o reacionarismo clerical condenou/abominou tal atitude e excomungou a família e a equipe médica responsável pelo aborto. O porta-

Durante mais de oito séculos a Igreja Católica comandou uma verdadeira caçada aos intelectuais e às mulheres ditas ‘diferentes’, ou seja, que não se enquadravam em seus preceitos eivados de ignorância e revanchismo. Em pleno século 21 o ranço medieval volta à carga com a infeliz declaração do bispo. Curioso e contraditoriamente, o papa Bento 16 afirmou ontem (dia internacional da mulher) que todas as mulheres do mundo sejam respeitadas em sua dignidade e potencialidade. No caso da menina pernambucana, pobre e vítima de violência sexual, o respeito à sua dignidade, pelo visto, passa ao largo.
Nenhum meio de comunicação razoavelmente digno de receber esta alcunha, eximiu-se de divulgar o caso e reprovar o tresloucado gesto do bispo, possivelmente alheio aos dramas humanos e o que significa para a saúde de uma criança de 9 anos estar grávida. É a mesma Igreja que condena as pesquisas em células-troco para salvar vidas e o uso de contraceptivos nos países miseráveis da África. Sem dúvidas, um episódio que expõe o anacronismo de uma instituição nefelibata.
[
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
O olhar do civilizador
Por Jéferson Dantas
A maneira como determinados setores políticos e prestadores de serviço da Europa enxergam o Brasil, necessita ser problematizado para além de suas aparências. Recentemente, o compositor e violonista Guinga, um dos grandes talentos da MPB, foi agredido no aeroporto de Barajas, Madri, algo que tem ocorrido com frequência quando se trata de brasileiros na Espanha. Depois de passar pela revista de raio-X, Guinga percebeu que o seu casaco havia sido furtado com documentos, dinheiro e o passaporte. Ao solicitar ajuda a um policial espanhol, este lhe respondeu de maneira ríspida que não era de sua alçada o furto. Ao insistir com o policial foi agredido fisicamente e teve dois dentes quebrados. Além disso, ficou retido no aeroporto durante dois dias por ‘desacato’. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil soube do acontecido apenas pela imprensa, denotando uma grande fragilidade deste setor no que concerne à proteção do cidadão brasileiro fora de seu país.
No que tange ao caso do refugiado italiano Cesare Battisti, acusado de quatro assassinatos na década de 1970, o deputado italiano Etttore Pirovano alegou que o Brasil não tem condições de mantê-lo sob a sua guarda, tendo em vista que o nosso país é mais conhecido pelas nossas ‘dançarinas’ do que pelos nossos ‘juristas’. Percebe-se aí um profundo desrespeito às mulheres brasileiras e à autonomia do Judiciário brasileiro, visto aqui como inepto e incompetente. Estes dois exemplos são suficientemente esclarecedores no que se refere à visão que os países europeus têm em relação ao Brasil e aos demais países latino-americanos. Ainda persiste a trágica e perversa relação do colonizador contra o colonizado.
Ao remetermos esta discussão para os campos da História, Sociologia e Antropologia, possivelmente encontraremos farto material de abuso de poder das autoridades européias aos trabalhadores e estudantes brasileiros, compelidos a retornarem para o Brasil devido a um elevado senso discriminatório. Em Portugal, por exemplo, as mulheres brasileiras são vistas, genericamente, como prostitutas. Neste sentido, ainda que se encontrem legalizadas no país, enfrentam imensas dificuldades para alugar um imóvel, sofrendo insultos gratuitos e diferenciação salarial no trabalho; os brasileiros recebem, em grande medida, informações errôneas dos serviços públicos prestados em Portugal e muitos lusitanos interrompem um simples diálogo ao perceberem que o sotaque de seu/sua interlocutor/a é brasileiro.
Em linhas gerais, toda essa discriminação abusiva contribui para uma relação pouco amistosa entre brasileiros e europeus. O Brasil, nesta direção, não é considerado um ‘país sério’. Carrega consigo a pecha de exportar carnaval, samba e turismo sexual. E nesta discussão de cunho histórico, deveríamos fazer algumas indagações: este tipo de discriminação não contribui para um ideário fascista? Os mesmos detratores europeus, não são os mesmos que exploram a força de trabalho dos imigrantes? A imigração surgiu do nada? A longa e sangrenta colonização européia na América não carrega consigo os seus efeitos históricos até hoje? Com a palavra os civilizados europeus...
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
50 anos de uma revolução centenária
Por Jéferson Dantas
A revolução cubana completou 50 anos em janeiro, mas é necessário resgatar, historicamente, o espírito desse movimento. Com a sua independência política ocorrida em 1898, Cuba permaneceu sob a tutela estadunidense, alternando governos subornáveis e submissos à Casa Branca. A ilha caribenha não passava de um protetorado dos EUA, algo que permaneceu até 1934, quando, finalmente, foi revogada a ‘Emenda Platt’, uma espécie de adendo à Constituição cubana, que permitia a intervenção po

Grande parte da população cubana até a época da revolução era de origem rural, entretanto, não tinham acesso à terra e viviam em precárias condições de existência. Durante as décadas de 1930 e 1940, Cuba vivia imersa na corrupção, violência, desmandos e turbulência política. Não por acaso, tal quadro social foi exaustivamente explorado pela indústria cinematográfica estadunidense, objetivando desqualificar os feitos da revolução cubana. O então presidente cubano, Fulgêncio Batista, que chegou ao poder através de um golpe, construiu ao seu redor uma estrutura de governo autoritária e totalmente avesso às principais reivindicações populares. E foi durante o seu governo que se organizou um movimento guerrilheiro de cunho nacionalista, liderado pelos irmãos Castro, Cienfuegos e Guevara. A guerrilha nacionalista aliada ao partido comunista chegaria à vitória definitiva em janeiro de 1959.
Com a consolidação da revolução, o governo de Fidel Castro se aproximaria da ex-URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), num contraponto à política hegemônica dos EUA no continente americano durante a Guerra Fria (1945-1989). O bloqueio ou embargo econômico realizado pelos EUA à Cuba vem deste período, além de inúmeros atentados e golpes frustrados da CIA ao governo de Castro. Cuba também foi excluída da OEA (Organização dos Estados Americanos), tornando-se a única área de influência soviética na América.
Ainda que pese sobre o governo dos irmãos Castro todas as divergências possíveis, principalmente no que tange ao culto à personalidade política e extinção dos partidos, as conquistas sociais em Cuba são inegáveis, notadamente nas áreas de saude e educação. O fim do embargo econômico à ilha não depende de uma suposta ‘boa vontade’ do recém-eleito presidente dos EUA Barack Obama. Nesta direção, os Estados latino-americanos precisam mais do que nunca fortalecer seus fóruns decisórios e encontrar alternativas conjuntas a um modelo de supremacia eivada de ranço imperialista. A revolução cubana precisa ser lembrada como uma ação coletiva corajosa num contexto de omissão, submissão e dependência econômica dos demais paises da América.
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Um novo ano...
sábado, 13 de dezembro de 2008
O nefasto AI-5
Por Jéferson Dantas
No ano em que se comemoram os 60 anos da Declaração dos Direitos Humanos, o Brasil também rememora o fatídico Ato Institucional nº 5 (AI-5), decretado pela ditadura militar no dia 13 de dezembro de 1968 e que impôs a todos os brasileiros o regime da mordaça, do silêncio e do medo. Foi com a posse do general Costa e Silva em 1967 que o período ‘linha dura’ do regime militar teve seu início, culminando com o fim do mandato do general Médici em 1974. Depois, houve a lenta e gradual distensão política iniciada por Geisel e concluída por Figueiredo (1974-1985). O Estado de Exceção afastou os militares ditos ‘moderados’ e todos os políticos civis. Constituiu-se um aparato repressor paralelo ao Exército e o recrudescimento das torturas e intensificação sem controle da estratégia da suspeição.
O fechamento do regime e a demora em reabrir o processo político prometido pelo marechal Castelo Branco, fez com que um elevado contingente de lideranças políticas civis, estudantes, setores progressistas da Igreja Católica e ex-presidentes da República fossem colocados na ilegalidade. A marcha dos cem mil no estado do Rio de Janeiro exigindo a redemocratização foi a gota d’água para os militares linha-dura. Com a organização da oposição e as ações armadas, o regime militar ativou/criou novos ‘instrumentos legais e ilegais’ para combatê-las. Com o AI-5 editado sem ‘prazo de validade’, os generais-presidentes podiam suspender o habeas-corpus, intervir nos estados e municípios; demitir e aposentar funcionários públicos (incluindo professores universitários); cassar políticos ‘desviantes’ e prender lideranças sindicais. A censura aos meios de comunicação recrudesceu e era terminantemente proibido fazer qualquer crítica negativa ao regime militar. Estabelecia-se, assim, o Estado de Segurança Nacional!
Quarenta anos depois, as seqüelas deste período amargo e melancólico da história brasileira estão longe de serem apagadas. Arquivos guardados a sete chaves pelas Forças Armadas ainda continuam inacessíveis aos pesquisadores e, fundamentalmente, inacessíveis aos cidadãos brasileiros que têm direito de conhecerem cada ato de tortura (crime imprescritível) realizado pela ditadura militar, assim como a localização exata dos corpos de presos políticos desaparecidos. Toda a bruma de terror herdada do período militar permanece no imaginário coletivo nacional como um fantasma. Cabe ao Estado de Direito, com a devida pressão da sociedade civil, reescrever a história deste país com justiça, eqüidade e, principalmente, respeito à memória das vítimas de um regime inescrupuloso e ainda bastante ileso em relação às suas práticas brutais.