quinta-feira, 2 de junho de 2011

POEMAS ANTIGOS II


música
de época alguma

o som
até universal
seria

não fosse
a alegria
não fosse
a alegria

rir do
parangolé
de Hélio,
rir do homem
sério de Hol(l)anda
a banda
abandabandabandabandalheira

e rompiam a manhã
com força de Shazã
com a transgressão
do viril Tarzã

pouca valentia
 a charada do dia:
qual foi o grito primevo
do universo?

citou versos
de lembrança?
obra barroca corriqueira

a bunda feminina exposta
no muro de uma escola
diz mais
do que a
prosa oitocentista

e quando o sangue jorra
na sala-de-estar
no jornal das 8
minha vó lamenta
e dá boa noite ao
homem-âncora

POEMAS ANTIGOS I


a HQ com
seus heróis
de araque

bom mesmo era
o mandrake

como nos ministérios
mandrake
fazia desaparecer dinheiro

mandrake
tem nomes bem
luso-brasileiros

silveirinhas
que o digam

e o Brazil
inda é só mandinga

o falso místico
arregala o
sobrolho e
mete a mão no bolso
do tolo

e quando
dormes –
no inferno do verão –
arrotas camarão
encharcado em óleo reutilizado

ora,
cansei de ser enganado.