A criminalização
dos movimentos sociais e o ‘combate ao socialismo’ (?!) são temas recorrentes
no recente governo do capitão reformado. Para os incautos ou para os que,
deliberadamente, agem de má-fé, repressão é sinônimo de segurança pública; ou
ainda: o saudosismo verde-oliva da ditadura militar (1964-1985) teria gerado em
mentes insanas a ideia de que havia um país livre da corrupção e dos desmandos,
ainda que os dados históricos nos demonstrem como os índices sociais,
educacionais e econômicos foram dramáticos durante e ao fim da ditadura.
Não há nada que
nos alente em relação ao combate à corrupção, muito menos no que tange às
políticas públicas de inclusão social no Brasil dos bolsominions. A violência indiscriminada em relação às mulheres,
aos negros, aos povos originários e à comunidade LGBTQI+ vêm crescendo de
maneira assustadora no Brasil. Até o momento nada se revelou de forma efetiva
sobre os assassinos de Marielle Franco, embora se saiba que a ordem para
matá-la tenha partido das milícias que dominam o estado do Rio de Janeiro e,
especialmente, os territórios de sua capital. Para Snyder, “para que a
violência transforme não só o clima político como também o sistema, as emoções
dos comícios e a ideologia de exclusão precisam ser incorporadas ao treinamento
de guardas armados. Esses guardas primeiro desafiam a polícia e as Forças
Armadas, depois se infiltram nessas organizações e por fim as transformam”.
Eis a síntese:
milícias acabam tendo mais poder de ação do que as forças de segurança pública,
ou ainda, a conivência entre milícias, polícias militar e civil e forças armadas
podem ser tão nefastas que os desaparecimentos e assassinatos de lideranças
campesinas e sindicais vão se tornando algo naturalizado. O circuito do golpe
se adensaria aí.