quarta-feira, 21 de outubro de 2015

O QUE É MESMO UM SINDICATO?

A seção sindical do ANDES na Universidade Federal de Santa Catarina tem se pautado pela efetiva luta em prol dos trabalhadores e trabalhadoras do Ensino Superior. Em nível nacional, o ANDES-SN (Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior/Sindicato Nacional) e suas respectivas seções sindicais, tiveram participação inequívoca nas negociações com o governo federal na recente greve que atingiu mais de 40 Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). A APUFSC-Sindical, por seu turno, tem se configurado no âmbito da UFSC como uma entidade anódina no que se refere à defesa dos direitos dos professores. Sequer conseguiu realizar uma única assembleia para discutir os rumos da greve, numa evidente manobra política desmobilizadora.

No que tange à pretensa ilegalidade da seção sindical do ANDES na COMELUFSC (Comissão Eleitoral da UFSC), a APUFSC-Sindical se mostrou desde o início, avessa à comissão, inclusive acionando a justiça contra o Conselho Universitário (CUn). Logo, a consulta sobre o processo eleitoral para a Reitoria na UFSC se deu na instância máxima de deliberação da universidade, ou seja, o CUn, prevalecendo a manutenção da consulta paritária entre os três segmentos (docentes, servidores técnicos administrativos e estudantes). Muito diferente do que a APUFSC-Sindical defende, ou seja, 70% de peso eleitoral para os docentes e os demais 30% divididos entre técnicos e estudantes. A COMELUFSC, nesta direção, respaldada por princípios e resoluções contidas em edital próprio, seguiu a orientação da paridade. Ao realizar uma ‘consulta paralela’ (apenas com docentes) e sem qualquer validade, a APUFSC-Sindical procurou desestabilizar uma discussão que diz respeito a toda a comunidade universitária.

Um sindicato, em seu sentido pleno, precisa estar atento às reivindicações de sua categoria e não se comportar como uma entidade ‘beneficente’ ou um ‘clube social’. As demandas e os desafios que as IFES enfrentam e enfrentarão nos próximos anos exigem compreensões mais sólidas e estruturadas, consolidadas em assembleias democráticas e encaminhamentos coletivos. Ao se confundir a real função sindical com interesses privados, torna-se inócua qualquer bravata beligerante.