terça-feira, 4 de outubro de 2011

OCASO


Duas taças de vinho me puseram em suposta leveza... Quando te encontrei, vi-me encurralado e sem ação... Teus olhos eram negros... Muito negros. Tuas mãos frias, desalentadas...


Brincamos como duas crianças e eu sabia o que a noite reservava a ambos... Sentamos nos bancos de um quiosque mal iluminado, peguei tuas mãos e disse coisas sem nexo... Nossas pernas se roçavam, nossas bocas próximas e os corações distantes... Disseste: “Não temos jeito!” - tuas últimas palavras...


Depois dessa noite triste, mergulhaste profundamente na agudeza de teus fracassos e de tuas mortes cotidianas ... e eu pensava, - serenamente - em como não te dizer nada e nem te procurar ....

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