ÚLTIMO CANTO
- Ave doce
que veio cantar em minha janela...
Trazia na penugem amarela um leve
contorno plúmbeo... e o seu
assobio penetrava fundo,
como se fosse o último canto
do mundo.
Sentei-me nos degraus da
porta,
senti o frescor da manhã...
Garimpei com os meus olhos
a turba que já ia desesperada pelos
covis urbanos;
desesperei-me também e fui chorar num
canto...
A ave doce veio cantar uma nova melodia e
o seu assobio penetrava tão fundo,
que acreditei ser o
último canto do mundo... -
12/1995.
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