segunda-feira, 31 de março de 2008

Todos os desejos, por Jéferson Dantas






O que vaza em mim

desejo-teu

que foi colapso








tua boca

o mistério

não apaga



e tuas pernas,

coxas

nádegas




cheiro que embriaga


e era

a língua

exposta

na antesala








de vômitos

e restos

espelhados



e tuas mãos

hábeis


onde

o líquido leitoso

por fim

aquietara




e eu não

via noite

mais clara





e na varanda

só a fumaça

do cigarro

mais barato


e a quintessência

foi a cena

da tua nudez

muda


e eu já não ouvia




e eram cheiros

nossos

que recendiam


foi tua

última

aparição


minha boca

seca



desejosa de

teus

úmidos

fluidos



e num flux

éramos

engano


miséria

e retidão


eu te escolhera

pela mansidão

do olhar




e também

sofria


e a miséria

era só

minha.