terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

RISCOS NO LABIRINTO

Toda dor é um tormento breve ou um interlúdio-signo. A carcaça que não atende ao impulso de Eros, encarcerado na masmorra do trabalho inglório.

E tinha motivos de sobra para crer no apaixonamento repentino, como se fosse a dose mais certa para destruir pedrarias e rochedos do coração sem alegrias.

Descendente da tragédia, neste curso rotineiro não saberia onde se enterrar. Ir por aí entre casos e ocasos, contornando ruas e esquinas. Não entender mais nada... às vezes uma entrega por coisas sem valor... é o frenético moribundo a se queixar da sua pequenez e autoflagelo. 

Quantas vezes tiveste medo destas esquinas por medo! Avistando Rilke às gargalhadas, desprezando tuas idiossincrasias vazias! Quantas vezes golpeado em tua intimidade por pura inércia e falta de vontade! Nas horas malditas te consomes sem nenhum perdão. Há de ser assim, como quem não vislumbra mais nada. 

Terás fogo e energia para te consumir nas labaredas do estranhamento e do risco inédito?

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