quinta-feira, 1 de setembro de 2011

DO LIVRO 'PALIMPSESTOS OU O MERGULHO DAS VOZES'


Todo dia é uma redenção. E eu teimo em falar. Você me dizia que não valia a pena sonhar. E eu escutava vozes de furacão; recordava-me do que fui e do que foste. Queria apreender aquele exato momento em que te encontrei chamejante. Aquele instante em que percebemos que estamos próximos de tudo que sempre buscamos. Tudo turva ignorância! Somente reflexo da aparência. No interior mais fundo que desejávamos construir, algo foi se perdendo, alavanca hoje do meu desespero. E o teu olhar cada dia mais triste, dizia-me mais do que míseras palavras. E, ao acordar vazio, ainda sonâmbulo, de mil noites mal dormidas, percebi que tinhas partido... sim! Foste viver os teus sonhos perdidos. E a pior sensação da perda é acreditar que aquilo que tínhamos ainda pode estar ali...como da primeira vez...como da primeira vez...

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