segunda-feira, 5 de julho de 2010

PELÉ E MARADONA


Pelé e Maradona: dois mitos da bola inquestionáveis. Pelé teve como a sua copa do mundo inesquecível o palco do México em 1970; Maradona, por seu turno, teve o mesmo palco do México para o brilho e o talento do seu futebol em 1986. As comparações e/ou semelhanças vão ficando por aí. Maradona volta e meia provoca Pelé e a imprensa argentina não se cansa de dizer que Maradona foi o melhor jogador do mundo de todos os tempos. São dois temperamentos distintos. O Maradona bufônico e intenso contrasta com o Pelé pragmático (quase fleumático) e empresário.

Suas histórias de vida também são distintas, mas vamos nos deter em suas personalidades. Maradona gosta de ver a sua imagem vinculada a outro mito argentino: Ernesto Che Guevara (1928-1967). Foi se tratar em Cuba devido a um processo de dependência química que quase abreviou a sua existência. Faz questão de chamar a atenção para si, e o seu personalismo ou a sua personagem desponta para ações que vão do excessivo afeto ou para a fúria destemperada. Já Pelé procura vincular a sua imagem ao filantropo, preocupado com as crianças pobres e sem escolaridade do Brasil. Sem qualquer vínculo político-ideológico consistente, Pelé é a personagem bondosa e caridosa, que no arquétipo de mito parece estar acima do bem e do mal. E nisso os dois se assemelham.

No brilhante livro do jornalista uruguaio Eduardo Galeano, Memórias do Fogo, o articulista relata a trajetória de Pelé e Garrincha, dois gênios da bola, mas também suas trajetórias distintas (Garrincha morreu na miséria). Pelé, literalmente, soube capitalizar seu nome a uma ‘marca’ conhecida nos quatro cantos do planeta. Ao se preocupar excessivamente com a sua personagem, não se deu conta de que um de seus filhos estava envolvido com consumo de drogas. A ficção e a realidade agora se confundiam.

A pretensa desavença destes dois ídolos do futebol alimenta a imprensa carnívora e temperou um pouco o mundial na África do Sul. No que se refere aos limites da coordenação técnica de Brasil e Argentina, Maradona representou a comédia e o drama, talvez calculadamente arquitetada; já Dunga, parecia ter saído dos porões da ditadura no melhor estilo ‘ame-me ou deixe-me’, liderando um escrete disciplinado, religioso e pouco dado à criação.


Um comentário:

Anônimo disse...

Caríssimo Familiar,

Estou a inicialmente denominá-lo de Familiar, pois também sou um Nordestino arraiagado a Cultura Popular Nordestina, com muita satisfação, assim como sou de uma "Raça Danada" que me permita dizer pois sou DANTAS. MAS QUERO PARABENIZÁ-LO por tão importante avaliação, para aqueles que vivem por trás ou na frente de computadores, hoje denominados de internautas que possivelmente não sabem muita coisa, afinal se tornam "imbecis" na acepção da palavra. Mas para lembrança deles, talvez não as tenham afinal só sabem ler mensagens na internet, mas Luiz Gonzaga, Raquel de Queiroz, Zé Ramanho, Pinduca, Verequete, Jacson do Pandeiro, Gilberto Gil, Gilberto Freire, Paulo Freire, Pedro Américo, Câmara Cascudo, Luiza Erundina, Geraldo Azevedo, Tom Cavalcante, Chico Anísio, na NASA tem um Potiguar - Astronauta, Jorge Amado, entre milhares, pois bem! Perguntaria: esses internautas de "meia tigela" já leram alguma coisa de futuro, ou são apenas filhos da pequena burguesia que só conhecem computadores. Mas enfim, que o POVO NORDESTINO CONTINUE FIRME, AFINAL ESTAMOS CONSTRUINDO UM BRASIL NOVO REALMENTE, COMO MUITA COISA A SER FEITA, É BEM VERDADE, MAS ATUALMANTE COM AVANÇOS SIGNIFICATIVOS PARA O POVO BRASILEIRO. Mas caro Primo parabéns mais uma vez.
Prof. Kidelmar Dantas.