quarta-feira, 1 de fevereiro de 2006

Do projeto literário "Suspenso e Alheio ou as minhas reticências sinceras" (2005-2006)


Só de pancadas e tragédias esse amor não conseguirá sobreviver. Ninguém consegue. O homem sério que conta dinheiro no ministério diz ter prioridades para a nação. O outro homem que quer fechar os olhos do país usa de trocadilhos populachos para adocicar o amargor destes dias de estupefação e impunidades. E há um parlamentar-anão que promete sermos homéricos! Líderes de comandos mafiosos assassinam prefeitos e testemunhas. E rimos disso tudo como num teatro do absurdo. É o teatro do absurdo! Brecht não riria.

E não veio o furacão. E não veio a dança. E não veio o verão. E não vieste. E não sofri. E os dias que passaram não contabilizei nas minhas anotações noctívagas. Os irmãos Graco jazem em terras longínquas. E a agrária reforma não veio, irmão. E a praia virou sertão, caro Conselheiro.

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