terça-feira, 17 de janeiro de 2006

Para além do Consenso de Washington: preocupações para o "Senhor da Guerra"


Evo Morales na Bolívia, Hugo Chávez na Venezuela e possibilidades do esquerdista Ollanta Humala vencer as eleições no Peru demonstram o quanto o quadro político da América Latina está se reconfigurando. No México, o esquerdista Andrés Manuel López Obrador, também pode levar a melhor no pleito presidencial, já que as relações de 'amizade' entre o atual presidente mexicano (Fox) e Bush (EUA) não trouxe os frutos prometidos. Na realidade, o fenômeno da 'esquerdização' na América Latina vem revelar que os propósitos do Consenso de Washington (1996) só tinham um único enfoque: a imposição das medidas liberalizantes dos EUA maquiados pela irretorquível 'globalização'.
A 'globalização' acelerou o fosso entre os que mais concentram renda e os miseráveis em toda a América Latina. Programas sociais de fachada e ajustes fiscais severos - para que grandes investidores internacionais possam atuar sem riscos - fez com que a população latino-americana buscasse uma alternativa mais 'radical', que pelo menos brecasse a fome insaciável do grande capital. Infelizmente, o Brasil não protagoniza esse feito na América Latina. Com toda sua potencialidade econômica/cultural, o governo de Lula seguiu à risca a cartilha de Washington e se afastou, estrategicamente, do 'instável' Chávez. Fidel Castro deixou seguidores, aparentemente. E quem sabe o sonho de Bolívar - uma América Latina totalmente integrada - não deixe de ser uma utopia e se concretize, ainda que a passos não tão largos, num horizonte próximo.

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