domingo, 29 de janeiro de 2006

As canções nativistas e a alma gaudéria


Pesquiso canções e intérpretes nativistas do Rio Grande do Sul. A especificidade dos temas, a importância dos festivais, levam-me àquelas paragens por ora tão distantes. Essa idéia de raiz, de tradição que os gaúchos possuem é bastante peculiar. Carrego comigo um pouco das tradições no amargo que bebo todos os dias, companheiro das leituras nas invernadas. Num desses momentos de lembranças da infância escrevi "Poço de Saudade"(1999), que foi devidamente musicada. É uma milonga:
Desgarrei-me do meu pago/ não me abrigo mais no pala/ sou um poço de saudade/ só o tempo é que me abala.
Ainda criança na Campanha/ meu avô contava histórias/ sobre o vento minuano/ dos charruas, lutas inglórias.
Desde piá eu já vislumbro/ que a raiz é o que importa/ e que o meu lugar no mundo/ só tem sentido nas bravatas.
Recuar no tempo é triste/ quando se está longe dos seus/ quanto mais o tempo insiste/ mais se sabe o que perdeu.

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