Durante bom tempo as escolas brasileiras
comemoravam o dia 13 de maio como marco simbólico da ‘libertação’ dos
escravizados, ocorrido na última aurora do regime monárquico em 1888. Convém
recordar que o Brasil foi o último país da América a extinguir o modo de
produção escravista. Leis abolicionistas criadas após a funesta Guerra do
Paraguai (1864-1870) foram paliativas para uma situação social e política já insustentável,
enfraquecendo o poder de Dom Pedro II. Assim, a abolição da escravidão era uma
‘questão de tempo’, já que a sua manutenção contava apenas com o apoio de
cafeicultores falidos, tendo em vista que a cafeicultura paulista se assentava
agora na exploração da força de trabalho livre, imigrante e assalariada.
Princesa Isabel |
A princesa Isabel recebeu inúmeras homenagens
temáticas de escolas de samba no Rio de Janeiro, inclusive há uma escola que
lhe presta tributo direto: a Vila Isabel. Há também a possibilidade de que a
princesa seja canonizada pela Santa Sé, o que corresponde ao primeiro passo
para se tornar ‘santa’. No atual momento
histórico, onde se discute o fortalecimento dos movimentos negros no Brasil e a
implementação das ações afirmativas em diferentes setores sociais, penso que
não apenas os historiadores, mas todos os educadores dos diferentes níveis de
ensino precisam atentar em relação à heroicização de determinados sujeitos
históricos, sob pena de compatibilizar um conhecimento histórico visto sob o
olhar das elites, o que continua sendo um desafio nos diferentes processos de
escolarização, especialmente na educação básica.
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